"Sempre acreditei no cinema como janela aberta para a realidade e instrumento do humanismo. Fui profundamente marcado por Hollywood mas espero ter me afastado da cinematografia hegemônica, que domina hoje, como um rolo compressor, os corações e mentes do público de todo o mundo, sem abdicar de algumas preferências que continuam. (...) Espero, com o tempo, haver me aproximado cada vez mais do cinema brasileiro. Nunca imaginei que chegaria tão perto de Paulo Emílio Salles Gomes, embora ainda tenha dificuldade para aceitar sua regra número 1 - a que diz que o melhor filme estrangeiro não vale o pior brasileiro. Tento não ser xiita. O pior filme brasileiro é ruim, o melhor filme estrangeiro é bom e eu gosto de cinema (mais do que de filmes) acima de nacionalidade, por mais que me sinta comprometido com o nosso. (...) Quero acreditar que o cinema, mesmo mudando de suporte - como alguns dizem que vai ocorrer -, permanecerá sempre como um testemunho das nossas grandezas e misérias. Uma mostra superior de arte e (auto) conhecimento. É como o vejo e amo."
LUIZ CARLOS MERTEN, Um sonho de cinema, Edunisc, Porto Alegre, 2004.
Um comentário:
Tião,
Por mais respeito que mereça Paulo Emílio, pelo valor inquestionável que ele tinha, essa sua frase foi muito infeliz. Se não me engano, ele falou especificamente em Bergman ao cunhar, volto a dizer, essa infeliz frase. Um abraço.
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