terça-feira, 7 de junho de 2011

Quando Palocci cair


Quando Palocci cair, o índice de vendas das lojas Americanas não vai oscilar um milímetro sequer.
Quando Palocci cair, o percentual de jovens classe C interessados em uma bolsa do Pronatec para estudar no exterior não vai aumentar mais do que já era esperado.
Quando Palocci cair, os consumistas sem culpa recém-integrados ao mercado continuarão comprando bits, bites and trecos enquanto mandam uma banana para as Eliane Cantanhedes de la vida.
Quando Palocci cair, a venda de ingressos nos cinemas vai continuar subindo muito além dos 59% registrados de 2009 para 2010.
Quando Palocci cair, os festejos de São João em Campina Grande ficarão muito mais animados sem que haja a menor relação de causa e efeito e sem que ninguém tenha a mais remota pretensão de estabelecer qualquer tipo de paralelo.
Quando Palocci cair, a expansão da tevê a cabo no Brasil vai estender sua rede por mais alguns quilômetros quadrados sem que seriado algum, brazuca ou enlatado, dê conta do fenômeno.
Quando Palocci cair, Vitor & Leo estarão fazendo o bilionésimo show de retrospectiva da carreira em algum palco entre Caldas Novas e Formosa sem que o público tenha o mais distante interesse em saber quem vai ficar no lugar dele, Palocci.
Quando Palocci cair, o DEM continuará a ser o velho PFL sem o poder de outrora, o PSDB seguirá sendo a mais decantada forma de social-democracia à brasileira admirada pela banca e Roberto Freire poderá tranquilamente seguir fazendo seus discursos que mais do que a ninguém deixam ele mesmo indignado.
Quando Palocci cair, a vida - política inclusive - vai continuar.
Quando Palocci cair, você ainda estará aí.
Vivendo a ascenção ou queda que a vida momentaneamente lhe ofereça.
Então, dito isso, deixe o homem cair em paz.

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