domingo, 17 de fevereiro de 2008

Palavra de historiadora

Recebi da minha amigona Flávia Assaf um e-mail muito interessante sobre o livro "Eu não sou cachorro, não", objeto de laudatária e propagandística postagem recente do Sopão. Desculpe, Oligarquia (não confundam alhos com bugalhos, esse é apenas um apelido carinhoso que botamos na companheira Flávia já lá se vão uns verões), mas não resisti: mesmo sem pedir sua autorização, resolvi colar aqui o texto do seu e-mail para ilustrar a mente inquieta dos nossos bravos leitores. Seria desperdício não fazê-lo, proclisticamente falando. Ao e-mail (que, diga-se, é coisa de profissional, pois que se trata de uma estudiosa dos meandros da História, como se conferirá pelo texto propriamente dito):


"li seu texto sobre o EU NÃO SOU CACHORRO, NÃO.incrível como é difícil convencer algumas pessoas a lê-lo. é o preconceito que continua agindo.sugeri o livro para um trabalho no último período da UFRN, no curso de brasil repúblico II. o professor fez careta, mas topou. ficou um trabalho super-interessante. chegamos à conclusão que eles eram perseguidos por uma questão de diferença de visão de mundo entre classes mesmo. esquematizando grosseiramente, é assim:os generais de 64 eram os tenetnes de 30, ou seja, a classe média que surgiu em 30 e que chegou ao poder em 68. eles procuravam se diferenciar dos "nobres" pelo trabalho, pela moral rígida, pela ética protestante, enfim.o ideal de "brasil grande" que foi proposto pela "gloriosa" era a representação dessa mentalidade: não tinha lugar para a vagabundagem, para a boêmia, para a ..., como direi?..., putaria e a viadagem.quando os "bregas" vinham com o mundo real, os milicos piravam! afinal, aquilo não era para acontecer no mundinho que eles idealizaram. daí, tentavam esconder debaixo do tapete.era uma luta ideológica mais sutil, né?o autor veio ao encontro de escritores de natal e, bobamente, ficou falando somente da censura do livro sobre o rei. esse livro é muito melhor que o outro. e ele não precisa ficar na posição de vítima, fica mais bonito na foto. pena que a facilidade da vitimização pegou o rapaz."

Nenhum comentário: