quinta-feira, 27 de março de 2008
Pra rever os amigos que um dia
Ao contrário do que pode parecer, não estou em obstrução. O silêncio dos últimos dias não tem nada a ver com protesto contra o excesso de medidas provisórias do governo - até porque, tenho que dizer por uma questão de honestidade intelectual, não há no país inteiro ninguém mais a favor de medida provisória do que eu. Imagine governar um país sem medida provisória. Experimente aí na sua família - e eu tenho certeza de que seus filhos, pais, tios, primos, cunhados e cunhadas são muito mais democráticos do que qualquer senhor parlamentar. Claro que numa coisas todos se igualam - falo de "todos" não me referindo só aos ditos parlamentares, mas a eles e às famílias supramencionadas: no final das contas, cada qual reforça na balança o peso de seus interesses. Todo mundo faz isso, é algo quase inevitável. O que muda mesmo é a qualidade da avaliação do discurso usado para disfarçar tal prática. Se for alguém da família, a gente faz cara feia. Se for um deputado ou senador, a gente decreta a falência dos políticos. Se for o presidente da República, então, a gente providencia uma bela campanha de impeachment. Pra retomar: esta semana fui convocado para trabalhar na terça e na quarta pela manhã bem cedinho, colocando no ar o Primeira Página (o telejornal que abre o dia aqui na TV Câmara) com Cláudio Ferreira e Aline Machado. De maneira que quem pula da cama às seis da manhã no susto não tem a menor condição de manter a espinha ereta e a mente esperta, duas condições walterfranquianas para se atualizar a verborragia de um blogue. Dito isso, assusto ou tranqüilizo a todos: tô de volta.
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