A nota publicada no site do PT (www.pt.org.br) e transcrita (em parte) abaixo mostra em números o surgimento do que, nas conversas com amigos, costumo chamar de "nova classe média" - um segmento social vasto e mutante que passou a compor o cenário social, econômico e político do país e que a grande mídia insiste em não enxergar. Mas não precisa ser jornalista ou estatístico do IBGE para perceber que ela surgiu, cresce cada vez mais e tende a se consolidar. Basta você olhar à sua volta, para o seu vizinho, a sua empregada, um seu colega de trabalho em outras funções que não as de nível superior e por aí afora. Abriu os olhos, vai ver. A não ser, claro, que você more num condomínio fechadíssimo ou mesmo em lugares como o Plano Piloto de Brasília, desde que nunca saia dele. Enfim, lugares por demais marcados por um tipo comum de segregação hoje em dia. E ainda assim, se tiver olhos para ver, verá essa nova realidade (diz o ditado, sábio, que o pior cego é o que não quer ver). Na entrevista que deu à revista Caros Amigos (compre um exemplar e leia já, é leitura para marcar uma época), Luiz Nassif comenta que ocorreram no Brasil recente dois fenômenos não detectados pelos jornais, revistas e telejornais: um é essa transformação da classe média; outro é a junção dessa mudança social com o fenômeno tecnológica da internet, com seus blogs e todo um rastro de comunicação alternativa. As duas coisas juntas, analisa Nassif, transformaram definitivamente a maneira como o brasileiro vê a política e a mídia. Segue a nota que traduz parte dessas mudanças em números. Repare que não tem só gente "subindo" de classe, também tem gente "descendo". Isso se chama redistribuição de renda; onde alguém também terá que perder, daí as reclamações disfarçadas de indgnação cívica ou ética:
"Mais 12 milhões de brasileiros deixam classes D e E em um ano, diz estudo
As políticas de inclusão social e de democratização econômica do governo Lula continuam reduzindo largamente as desigualdades no país e fizeram com que, pela primeira vez, as classes mais baixas (D e E) deixassem de ser maioria no país.
Em 2007, segundo estudo da financeira Cetelem em parceria com a Ipsos, o número de brasileiros nas classes mais baixas era de 72,9 milhões, cerca de 39% da população. Isso significa que 11,9 milhões de brasileiros passaram para classes mais altas em um ano, já que, em 2006, eram 84,8 milhões de brasileiros na base.
De acordo com o estudo, a classe C recebeu, tanto das mais baixas (D e E) como da mais alta (A e B), quase 10 milhões de integrantes, passando de 66,7 milhões em 2006 para 86,2 milhões em 2007, o que significa 46% da população.
O grupo que está nas classes A/B, por sua vez, reduziu de 32,8 milhões de pessoas em 2006 para 28 milhões em 2007, o que representa 15% da população.
Segundo a Cetelem, a pesquisa demonstra que houve diminuição na desigualdade de renda, com uma ligeira queda da renda média das classes A/B, ascensão de um grande contingente para a classe C e um pequeno aumento da renda média das classes D/E."
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