quinta-feira, 27 de março de 2008
O chiclete de ACM (neto)
Abro mais um "chicle de bola Homem Aranha" para adoçar a alma enquanto escrevo no Sopão e lembro da oposição ao governo Lula. É que ontem, revisando uma matéria do "Câmara Hoje" (o telejornal noturno da TV Câmara, todo dia às 21h, a não ser que o Plenário passe da hora), apareceu-me uma imagem comum e rotineira mas com um detalhe que traduz tudo, para quem tem olhos para ver: a cena era a de mais uma reunião de líderes da Câmara dos Deputados. Coisa que acontece toda semana umas duas vezes e aumenta mais quando há algum entrave especialmente polêmico tocando fogo nos debates parlamentares (melhor seria dizer fogaréu, pois que na maioria dos casos o calor gerado não passa ali do corredor das comissões, que o brasileiro médio, ocupado em ganhar a vida e se divertir que ninguém é de ferro, está certíssimo em não dar atenção demais às fogueiras do Parlamento). Pois bem: o detalhe que me chamou atenção - chamou atenção não, pulou da tela como se fora um hipertexto em forma de imagem - foi o comportamento do deputado Antonio Carlos Magalhães Neto. O cidadão, líder do DEM, o último baluarte da oposição pátria, participava da reunião mascando diligentemente um chicle de bola - não sei de da marca Homem Aranha, o que só aumentaria o caráter revelador da situação. É isso a oposição ao governo Lula: uma turma de derrotados mascando chicle de bola e com olhar blasé para o que se passa na realidade viva do país. Eles matracam os dentes, esfolam o maxilar, deslocam as gengivas nesse balbuciar crônico contra cada pequeno fato emanado do Palácio do Planalto e nada. Ninguém ouve - só os tais 30% de brasileiros que desde sempre rejeitam Lula, por motivos vários, preconceito social à frente. Mas é isso: ninguém ouve porque, dada à falta de relevância do que falam, é como se não estivesse falando mas apenas mascando o chiclete simbólico de sua insignificância.
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