terça-feira, 1 de abril de 2008

Leo e a arapuca paraguaia

Umas postagens atrás eu comentei aqui a arapuca em que Antônio Melo jogou nossa amiga Leônia Régia - pra quem não tem o prazer de conhecer, jornalista, natalense, divertida e dura na queda. Leo, quem diria, com aquela elegância nata que os deuses lhe concederam, foi parar no Paraguai. Agora falando sério: Leônia trabalha na equipe de brasileiros que faz a campanha eleitoral do general Lino Oviedo - aquele mesmo acusado de tentar dar um golpe por lá e que passou meses em asilo político aqui em Brasília - à presidência da República. A eleição é dia 20, Oviedo está em segundo nas pesquisas - perde para o ex-bispo católico Fernando Lugo - e a polêmica da hora por lá deve-se a um anúncio. A propaganda de Oviedo associa o general a Lula e a Cristina Kirchner, destacando a capacidade de negociação do general - no que, por inversão, seu adversário é taxado de intempestivo e imediatamente associado a Evo Morales e (quem? quem? ele mesmo, meu ídolo) Hugo Chávez. Para situar, é preciso lembrar que um dos temas da campanha é a renegociação do valor que o Brasil paga pelo uso da hidrelétrica de Itaipu, a binacional que dividimos com os paraguaios. Lugo quer mais dinheiro e Oviedo apresenta-se como um moderado que não vai criar conflitos gratuitamente. O governo Lula, diz a FSP, já adiantou que não vai pagar um centavo a mais. E mais: além da briga em torno do conteúdo da propaganda, há ainda um aspecto legal, porque a peça usa a imagem de Lula, o que seria vetado pela legislação local. É esta a arapuca em que nosso amigo Melo meteu nossa amiga Leônia. Imaginem o estado de ânimo da mulher quando voltar ao solo da nação potiguar. (Ah, sim, amanhã Lugo vem a Brasília encontrar com Lula; Oviedo já fez essa visita mas ao que me consta, passou batido como um exilado discreto)

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