Escrevi o texto da postagem anterior com um olho no teclado, a cabeça nas lembranças de ontem à noite e com a pulga - aquela que mora atrás da orelha - cochichando, ardilosa: "cuidado, Carlos Magno está lá no canto dele, decifrando muito melhor a derrota. Perca seu tempo, não. Tião, respeita Carlos Magno." Não dei ouvidos e o resultado está aí. Depois de ler o texto abaixo que roubei do blogue do Magno, você lê se quiser a postagem logo abaixo - eu dispenso, na boa. Seguem a palavras do moço do Diário de Natal:
Meus heróis morreram de overdose
Thiago titubeou na hora em que não podia – nos segundos capitais que separam o Peter Parker do Homem Aranha, o Clark Kent do Super Homem. O goleiro Ceballos, um malandro embaixo das traves, um Doutor Octopus, e Guerrón, um Carl Lewis redivivo e infernal, um Lex Luthor. Uma LDU de onze leões.
Depois de verem a seleção perder a Copa de 1982 e a de 1986, nos longes por aí – com roteiro parecido –, os tricolores mais vividos têm agora um “maracanaço” para chamar de seu, um sofrimento particular e inesquecível, não de todo pintado de tristeza porque a festa da torcida na entrada em campo foi a mais bonita que se viu nos últimos anos no futebol brasileiro. É a flor que nasce no asfalto quente.
Se fosse administrador, eu diria que aquele milhão de crianças que choraram ontem são a partir de agora, nomeados pelo destino que os colocou ali, multiplicadores de uma paixão. É deixar o tempo flui – e florir.
Uma disputa por pênaltis não é uma loteria. É uma disputa de pênaltis – e vence, como deve ser, o melhor. Sem roteiro de mocinho e bandido. Seco e pragmático. O futebol é, como disse Armando Nogueira, um microcosmo da vida.
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