domingo, 8 de maio de 2011

Foi ele, foi ele sim


Graciliano Ramos, o prefeito, é o autor das declarações dos textos anteriores aqui no SOPÃO. Em janeiro de 1929, com 37 anos, o futuro autor consagrado de "Memórias do Cárcere", "Vdas secas" e tantos outros marcos literários brasileiros enviou ao governador de Alagoas um relatório de prestação de contas sobre sua gestão à frente do município de Palmeira dos Índios. É um texto já bem conhecido, publicado em edição de bolso não tão longuinquamente assim pela revista EntreLivros. O curioso é que o relatório acabou nas maos do poeta e editor Augusto Frederico Schmidt, uma figura de relevância na época e, por vias tortas, acabaria resultando na primeira publicação de um livro de Graciliano - "Caetés", um quase monólogo sombrio de um homem entediado com o mundo à sua volta que eu li, sim, naturalmente, quando não tava pronto pra isso (lembra a segunda parte de "O Encontro Marcado", de Fernando Sabino, no desespero contido em frases enxutas). As informações que estão aqui fazem parte do prólogo do "Relatório do Prefeito de Palmeira dos Índios" e foram escritas por Ricardo Filho, neto de Graciliano. E você aí pensando em Micarla, Dilma, Arruda... é muito veneno.

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