quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Suicídio em Brasília


Existe uma antiga lei no jornalismo segundo a qual não se noticia suicídio. A revista piauí, que não vive propriamente de notícia no sentido estrito da palavra, acaba de quebrar, brilhantemente, esta norma. A edição de setembro, que está nas bancas, traz a partir da página 16, assinada por Daniela Pinheiro, a reportagem "O amante do Mossad". É uma primorosa, impressionante, romanesca caso não fosse real, reconstituição do suicídio de uma funcionária do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em Brasília. Não merece ser lida e relida apenas pelo fato de subverter com estilo, elegância e - também - bastante humanidade a lei que condena as notícias sobre suicídio. Deve ser lida também pelo que revela do mundo funcional das repartições brasilienses; da condição de pessoas tão bem remuneradas quanto absurdamente entorpecidas, algo muito comum nesta cidade; da capacidade que as pessoas têm de ser enganadas quando elas querem de alguma maneira colocar um sentido na rotina casa-trabalho que, mais dia menos dia, acaba acorrentando todos e cada um de nós.

3 comentários:

Anônimo disse...

concordo, sebá, tb gostei muito da matéria.

Moacy Cirne disse...

Vou procurar adquirir a revista; tenho sido um leitor relapso de suas matérias. Abraços.

Roberta AR disse...

Tentei achar o texto no site da revista, mas só para assinantes, vou ver se acho um exemplar para ler. O filme do Charles Bronson, vi no Telecine Cult (que tava com sinal aberto há umas semanas, já que eu não sou assinante), como lá sempre repete muito os filmes, fica a dica. Conversamos mais na visita já pré-agendada (como somos difíceis!).