terça-feira, 30 de agosto de 2011

Rir é o melhor remédio



De como a revista dos filhos da editora Abril vem se tornado o CQC das bancas

De cara, aquele José Dirceu com cara de Jack Nicholson na capa da Veja me pareceu muito mais um anúncio a favor do denunciado do que qualquer dos costumeiros ataques editoriais dos filhos da editora Abril contra o ex-ministro de Lula e grande articulador da campanha vitoriosa de Luiz Inácio em 2002. Acontece que a Veja, de tão ruim, vem se tornando, curiosamente, uma revista divertida, dado ao humor involuntário que suas reportagens provocam. É como esses guias do politicamente incorreto que seus jornalistas cometem em forma de livros: é uma gente que leva tão pouco a sério as possibilidades do país, tão incapaz de enxergar a realidade direta do conjunto do povo brasileiro, que acaba transformando tudo num grande CQC em forma de pretenso jornalismo. Como dizia o lema de uma antiga publicação anticomunista (que eu leio até hoje, também me divertindo muito), "rir é o melhor remédio". Mas a palavra aqui não é pra minhas queixas, e sim para a análise feita por Ricardo Kotcho sobre a capa de Dirceu na Veja. Leia, abaixo, trechos do post do jornalista no seu blogue. O link para a íntegra está na lista dos Outros Cardápios, ao lado.

"Só uma coisa posso afirmar com certeza, depois de 47 anos de trabalho como jornalista: matéria de tal gravidade não é publicada sem o aval expresso dos donos da empresa ou dos acionistas majoritários. Não é coisa de repórter trapalhão ou editor descuidado."

"Ao final da matéria, a revista admite que "o jornalista esteve mesmo no hotel, investigando, tentando descobrir que atração é essa que um homem acusado de chefiar uma quadrilha de vigaristas ainda exerce sobre tantas autoridades (...) E conseguiu. Mas a máfia não perdoa".

Conseguiu? Há controvérsias... No elenco de nomes apresentados pela revista como frequentadores do "aparelho clandestino" de Dirceu, no entanto, não encontrei nenhum personagem que seja publicamente conhecido como inimigo do ex-ministro Antonio Palocci."

"O texto todo foi construído a partir de ilações e suposições para confirmar a tese _ não de informações concretas sobre o que se discutiu nestes encontros e quais as consequências efetivas para a queda de Palocci."

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