quinta-feira, 31 de março de 2011

No encalço de Cyntia


Todo mundo quer ir, ou vai, ou já foi, a Paris, Nova York, Tóquio (com terremoto ou sem), Berlim e Londres. A jornalista Cyntia Campos, uma baiana que instala sua moradia em lugares variados de acordo com a configuração do exercício de sua atividade – pode ser Salvador mesmo, ou Brasília, ou o Rio de Janeiro, como acontece agora – já foi a todos aqueles lugares, como todo mundo – menos eu, esse matuto imóvel como uma oiticica de beira de rio. A diferença entre Cyntia e as multidões de modernos que espalha suas pernas, malas e sacolas pelos quatro cantos consagrados do mundo é que ela vai um bocadinho além. Cyntia Campos vai a... Cartagena das Índias! Conhece?

A primeira pergunta que deve vir à mente de muita gente nem é – onde fica? Alguma coisa muito pobre perto de Calcutá? – mas outra: será que fica bem viajar para essa Cartagena... Olha lá, um lugar com um nome assim, tão... latino. Pega bem – ou melhor evitar? Cyntia Campos nem liga: ela sabe das coisas e sendo assim arruma as malas serelepe de animação quando diante da possibilidade de uns dias numa praia semidesconhecida ali na... Venezuela. Mas não confunda, que Cartegena, como você já deve estar desconfiando, não tem nada a ver com a Venezuela, e sim com a Colômbia. Matou a charada? Ora, vamos: na falta de outras referências, Catagena das Índias é aquela cidade que serve de locação para páginas e mais páginas da vida de Gabriel García Marquez em sua autobiografia “Viver para contar”. A cidade onde o autor de “O Amor nos Tempos do Cólera” iniciou-se no jornalismo”.

Tá bom: admito que não pega muito bem hoje em dia gostar do velho García Marquez, por causa das históricas simpatias do homem por Fidel Castro, que também não anda com muito ibope nos tempos atuais. Lá se foi o tempo em que caravanas de escritores e artistas brasileiros da nata da MPB contrariavam a ditadura pátria visitando a ilha de Fidel – e faziam o maior sucesso pelo fato de terem essa ousadia. Então citar o autor dos “Cem anos de solidão” hoje em dia é algo tão desagradável e malcheiroso como seria dizer, de passagem, que ainda se gosta pelo menos de algumas músicas de Chico Buarque. Apreciar Maria Bethania, então, é suicídio social certo! (se é o caso, melhor o leitor admitir que tem uma queda por parte do repertório de Fafá de Belém).

Mas agora também é fato que a postagem descambou para a paleta de mini-assuntos contemporâneos que domina vinte entre dez portais de internet. O que se queria dizer nessa conversa aqui é que Cyntia Campos tem essa mania não muito saudável e socialmente aceita hoje em dia de visitar lugares inusitados, para não usar palavra menos votada do dicionário do turismo do tipo CVC ao qual nós, gente enganchada num monte de filho e agregados, tem de recorrer. Ela viaja só, sem companhia a não ser a dela própria, e, na falta de testemunha com quem dividir o prazer de flanar pelos lugares movida apenas pelo prazer estético e sensorial que cada lugar oferece, despeja, ao voltar para casa, todo o conteúdo dessas incursões no blogue “Fragata Surprise”.

Muito de vez em quando o Sopão recomenda um novo blogue, inclui na lista de links ali ao lado e, pra marcar posição no bom sentido, bota um textinho destacando o que o internauta vai encontrar por lá. No caso de Cyntia, a Coca Cola é isso aí acima. E a recomendação, como se deduz, é pesquisar, na lista lateral, as postagens que levam a Cartagena das Índias, apenas um dos muitos lugares que constam do mapa de viagem da jornalista. Boa viagem!

Para ir direto ao blogue, clique aqui.

2 comentários:

Cyntia Campos disse...

Adorei o blog-- e não é só porque fala do meu, não, rss. Vou segui-lo.

Titina disse...

Me encata muchissimo la colombia!! Y viva el país de mil ritmos!!E viva la latino américa! Viva nosotros! Povo misturado desse mundão de deus!