Dezembro não é só festa. Até o país descansar nos feriados de Natal e Ano Novo, roda incessante e acelerada a esteira rolante de um cotidiano mal engatilhado. Trabalhos atrasados, carreiristas compulsivos tangendo manadas de subordinados, trânsito à beira do juízo final, ritual de compras que tanto faz lembrar pessoas queridas quanto embebeda espíritos tontos de ansiedade. Por tudo isso, nada mais justo do que deixar arrebentar essas ondas numa maré de qualidade mais mansa, nos bem-vindos, esperados e merecidos feriados finais. Não jogo no time dos que levam a bola em ritmo de "o país não pode parar". País que não pode parar é terra sem freios - e há uns desses, os chamados "freios de arrumação" que se têm mostrado bem úteis em anos recentes. Pois, então, meu amigo, dê um chute na culpa mercantil e prepare-se para parar. Você merece. E nessa hora, no pequeno vácuo que o universo vai lhe dar de presente, a dádiva maior será o resgate da tranqüilidade que o humano matraquear obsessivo perdeu para a verdadeira vida. Quer uma dica? Volto a repetir, sem medo de cometer o pecado da redundância: Acari, com sua festa mínima, suas luzes sóbrias, seu antifestejo caseiro à luz telúrica de paralelepípedos de papel celofane.
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