quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Desigualdades sociais (2)

Pois é, meu amigo Gustavo: as contradições, sempre elas. É verdade que o governo Lula também tinha a obrigação de atacar a educação, fortalecer o ensino formal, priorizar a formação que o brasileiro mais pobre e a caminho de ascender financeiramente merece ter. Mas, à maneira dele, também tem feito isso. Ocorre que, no plano geral e estratégico para fazer um país sair do lugar, escolheu o problema imensamente maior que é a distribuição de renda. E está sendo muito feliz nesta iniciativa.

Mas, pra gente ver como são as tais contradições: aqui mesmo em Acari, minha cunhada Sandra acaba de me informar, está sendo construída uma creche "de primeiro mundo", como diz ela (não gosto muito dessa expressão mas aqui ela cabe bem). Acari, Sandra me conta, foi uma das quatro, 4, cidades brasileiras contempladas com essa creche mais avançada. Está sendo feita numa área bem pobre, ali em frente ao novo cemitério da cidade. E Acari ganhou o direito de ter essa supercreche por causa do desempenho das escolas municipais da cidade na área da educação.

Então, pra fechar o pacote educação-contradições-Lula-e-tudo-o-mais: o prefeito de Acari, quando se trata de saneamento, é prontamente reprovado, embora seja médico. Mas, veja só, no quesito educação municipal, tem dado instrumentos para a cidade se sobresair nas estatísticas de desempenho do Ministério da Educação. No caso das escolas estaduais, não há esse mesmo sucesso, o que comprova que deve haver algum empenho que seja da prefeitura. E assim, frente à dança viva dos fatos, os nossos conceitos prontos de política balançam como um prédio de fundações menos seguras do que a gente imagina.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tião, entendo a força de penetração de um governo popular como este. Veja, estou dizendo "popular" e não populista. O interessante é que a tese do terceiro mandato (para mim) faria até sentido caso fosse para ver o que este governo faria no desenvolvimento cultural (e não digo nem educacional só) do Brasileiro. Não só dos que se horrorizam com a tese do terceiro mandato. Mas sou dos indignados com o sistema educacional público. Apesar da unificação salarial dos professores nacionais, o que em Acari, por exemplo, deve representar uma pequena revolução (creio que o professor, na pequenas cidade brasileira, deve ser um pouco mais valorizado), não vemos mudanças substanciais/radicais. É, mas vc acaba tendo razão quando diz para observar as contradições, talvez isso seja o centro de uma história nunca vista pelos sertões do nosso país.