Todo mundo fala do pôr do sol sobre o mar quando quer contar sobre as belezas naturais de São Miguel do Gostoso. Mas o que mais chama a atenção quando se chega e se permanece por uns dias nessa praia que vai seguindo a tradição de Pipa na atração de estrangeiros brasileiros ou não é outro elemento, bem mais telúrico. São Miguel, litoral norte potiguar, a uma hora e meia de carro de Natal, ex-distrito de Touros, praia emancipada, é a pátria das areias.
Sua faixa de terra, entre a vila de casas e pousadas esparsas e a forte arrebentação no mar da maré alta, é de perder de vista. Um saara umidificado, praticamente deserto em dias de semana, pontuado por rústicas choupanas com estrutura aberta em toras de madeira e cobertura de palha para o pescador ou o visitante se refugiarem do sol forte do lugar. E é só, e basta. O mar de areia domina tudo em volta, determina sua emoção e sua reação a este lugar.
Pôr do sol, sim – que é bonito mesmo, naquele recanto de mar. Mas a areia é que é soberana em Gostoso. Areia fofa, limpa, amarelo-areia, daquelas que dá vontade de nunca mais parar de pisar. Como a extensão da faixa à beira mar é farta, você escolhe onde prefere praticar o esporte local de pisar no chão - sem sombra de chinelos, naturalmente. Quem pisa mais perto dos quintais das casas pega uma areia fofa, quente, mais grossa e esparsa. Na faixa intermediária, pressente-se a firmeza incipiente que envolve o pé na quentura da terra ou na umidade da chuva da noite passada. Já mais ali, perto da arrebentação da brava maré cheia de praia de pescador, o pisado é sentir a firmeza do coração da terra onde ser apóia o mar. Quando mais perto da água, mais terra firme para a polpa curiosa do seu, do meu, do nosso querido pé.
É verdade que o esporte local que está fazendo a fama e o sucesso de Gostoso é o kitesurf, coisa boa para quem tem grana sobrando e pode investir despreocupado em equipamentos caros que tiram dos ventos do local tudo o que ele pode oferecer em termos de aventura. Mas quem não tem idade, coragem ou tutu para bancar o comercial do cigarro hollywood – "o sucesso", lembram? – pode se contentar muito bem em fazer da caminhada à beira mar um exercício sensorial de contato com a natureza em estado bruto. E gratuito.
Gostoso deixa, permite, estimula. De manhã cedinho, ao cair da tarde, ou ao anoitecer banhado por um luar que não tivemos a sorte de conhecer – caprichos da natureza que o visitante precisa respeitar – o quente é pisar. Areiaterapia para os seus humores, meu bem. Terra de ampulheta para vazar entre as mãos dos seus filhos pequenos. Deserto doce à beira de um mar salgado. Costa do sal, faixa de areia. Assim é São Miguel do Gostoso, areia nos olhos seus e dos outros - refresco, pode acreditar.
Sua faixa de terra, entre a vila de casas e pousadas esparsas e a forte arrebentação no mar da maré alta, é de perder de vista. Um saara umidificado, praticamente deserto em dias de semana, pontuado por rústicas choupanas com estrutura aberta em toras de madeira e cobertura de palha para o pescador ou o visitante se refugiarem do sol forte do lugar. E é só, e basta. O mar de areia domina tudo em volta, determina sua emoção e sua reação a este lugar.
Pôr do sol, sim – que é bonito mesmo, naquele recanto de mar. Mas a areia é que é soberana em Gostoso. Areia fofa, limpa, amarelo-areia, daquelas que dá vontade de nunca mais parar de pisar. Como a extensão da faixa à beira mar é farta, você escolhe onde prefere praticar o esporte local de pisar no chão - sem sombra de chinelos, naturalmente. Quem pisa mais perto dos quintais das casas pega uma areia fofa, quente, mais grossa e esparsa. Na faixa intermediária, pressente-se a firmeza incipiente que envolve o pé na quentura da terra ou na umidade da chuva da noite passada. Já mais ali, perto da arrebentação da brava maré cheia de praia de pescador, o pisado é sentir a firmeza do coração da terra onde ser apóia o mar. Quando mais perto da água, mais terra firme para a polpa curiosa do seu, do meu, do nosso querido pé.
É verdade que o esporte local que está fazendo a fama e o sucesso de Gostoso é o kitesurf, coisa boa para quem tem grana sobrando e pode investir despreocupado em equipamentos caros que tiram dos ventos do local tudo o que ele pode oferecer em termos de aventura. Mas quem não tem idade, coragem ou tutu para bancar o comercial do cigarro hollywood – "o sucesso", lembram? – pode se contentar muito bem em fazer da caminhada à beira mar um exercício sensorial de contato com a natureza em estado bruto. E gratuito.
Gostoso deixa, permite, estimula. De manhã cedinho, ao cair da tarde, ou ao anoitecer banhado por um luar que não tivemos a sorte de conhecer – caprichos da natureza que o visitante precisa respeitar – o quente é pisar. Areiaterapia para os seus humores, meu bem. Terra de ampulheta para vazar entre as mãos dos seus filhos pequenos. Deserto doce à beira de um mar salgado. Costa do sal, faixa de areia. Assim é São Miguel do Gostoso, areia nos olhos seus e dos outros - refresco, pode acreditar.
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