sexta-feira, 23 de maio de 2008

Encontros e despedidas


O que é a vida louca vida. No mesmo horário em que eu e Rejane fomos ao aeroporto buscar Carlão, outro grande amigo nosso, Plácido Fernandes, estava embarcando em outro vôo para Belo Horizonte. Plácido, pernambucano de boa cepa (ainda se usa isso de boa cepa? não? por Plácido merece que se recupere a expressão), está iniciando uma nova etapa da vida profissional. Desde a última segunda-feira, dirige a redação do jornal O Estado de Minas, dos Associados, com a missão de arejar a publicação, dando a ela a dinâmica, o ritmo, a perspicácia que ele ajudou a injetar aqui no Correio Braziliense.

Quando cheguei a Brasília, pelas mãos de outro amigo, Adriano de Sousa, precisei de outro emprego além do de editor de textos na TV Bandeirantes. A cidade é cara e eu ainda era moço, tinha aquela disposição, vocês compreendem. Então Antônio Melo, que os potiguares lembram pelas reformas que fez na Tribuna e pelos primeiros anos da TV Cabugi, me arranjou uma vaga de redador no Correio. Melo queria que eu ficasse na editoria de Política (ele era o sub-editor), mas José Negreiros (que então era um dos integrantes da cúpula do jornal e com quem eu viria a trabalhar bastante depois) preferiu que eu ocupasse uma vaga que havia na editoria de Brasil. Essa história comprida toda é só pra dizer que foi assim que Plácido (e Renato Ferraz) se tornaram as minhas mais firmes amizades em Brasília, cidade onde eu só conhecia mesmo o compadre Adriano.

Renato era sub-editor de Brasil e foi o cartão de visitas melhor que pude achar por essas bandas. O sujeito sair de Natal e dar a sorte de entrar numa redação enorme, cheia de desconhecidos e ir trabalhar logo com um pernambucano típico - impaciente, inquieto, brincalhão e sem vergonha nenhuma de rir de si mesmo - como Renato é coisa que só Mãe Dinah explica, né, Renato? Agora, se ainda por cima, você tropeça em Plácido que, embora igualmente pernambucano e igualmente típico, sob outro ponto de vista é completamente diferente de Renato mas tão amigo quanto, aí a explicação só mesmo consultando Sobrenatural de Almeida. O curioso é que só bem depois, na segunda vez em que eu passei pelo Correio, é que fui trabalhar lado a lado com Plácido, fazendo a primeira página do jornal como redator. E pra encurtar a conversa, largo minha biografia e chego à de Plácido para lembrar que foi justamente o trabalho de redator (e mais que isso, de "criador", porque a capa do Correio tem uma linguagem já próxima da - boa - publicidade) que notabilizou Plácido, juntamente com a edição que ele faz do caderno Emprego (uma das coisas mais úteis que o Correio publica, se não a mais útil). Foi com base nessas duas frentes do trabalho dele que veio o convite - na verdade, quase uma convocação - para ele assumir a dianteira do Estado de Minas.

Plácido, compadre (sim, ele e Marleide são os padrinhos de Cecília; do mesmo jeito que Renato e Ana são os de Bernardo), isso tudo é para lhe desejar sucesso. Pra lhe dizer que esta semana comprei um exemplar do Estado de Minas e já notei, de cara, na capa, a diferença. Mais espaço, mais ilustração, mais hierarquia entre as ilustrações, um ar mais metropolitano de jornal que cultiva a cidade à qual informa; títulos que conversam mais com o leitor; enfim, tudo isso que é bem a sua marca e que o jornal já vai incorporando. Só não li o jornal por absoluta falta de tempo, coisa comum em semana de feriado lá na Câmara, que é, você sabe, também meu escritório de passagem onde leio e estudo entre a edição de um VT e outro. Já começou a dar certo e o único porém que eu posso incluir aqui é dizer que a sua presença na cidade também já começou a fazer falta. Queria ter promovido um encontro entre eu, você e meu amigo Carlão, para a comunhão da comunidade potipernambucana ficar ainda mais assentada.

Mas entendo que, por hora, Minas está na vez - e sorte dela de ter você como piloto dessa nova experiência no jornal que areja ainda mais o horizonte de bêagá.

P.S: na foto que ilustra essa postagem, Plácido e Marleide numa foto de um momento importante pra todos nós, o aniversário de um ano de Cecília.

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