terça-feira, 13 de novembro de 2007

Toque de recolher também vale para os poetas (mortos)


Meses atrás, o Blog de Adriano (de Sousa) publicou uma foto do enterro do poeta Pablo Neruda. O título era alguma coisa como "como morrem os poetas" e chamava a atenção, na foto - que não era propriamente do enterro, mas da caminhada rumo à sepultura - a pequena quantidade de pessoas presentes. Um cachorro sarnento metido ali no meio da triste caminhada também dava uma dramaticidade a mais à cena. Neruda, não custa lembrar, era um Nobel.

Lembro disso a propósito da postagem lá embaixo sobre o golpe no Chile. É que, na minha sessão de leitura de revistas velhas, achei, numa edição de pouco depois da derrubada de Salvador Allende, uma outra reportagem, sobre a morte de Neruda.

Pois é: Neruda morreu poucos dias depois do golpe, enquanto o Chile ainda se encontrava em estado de sítio. O Palácio de La Moneda foi bombardeado em 11 de setembro (essa data fatídica) e Neruda morreu no dia 23. Tinha câncer de próstata. Foi enterrado sob toque de recolher.

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