sexta-feira, 22 de julho de 2011
Pequeno guia do mochileiro classe C em Natal
Você pode até preferir o célebre guia Michelin ou seus correspondentes - pra não dizer tentativas frustradas de imitação - à disposição na cidade, mas tudo o que podemos oferecer à guisa de caderno de dicas para o visitante em Natal é este texto tão classe C quanto as sugestões nele contidas. É pobre, mas é baratinho. Quer dizer: está ao seu alcance, tenha você renda classe A ou veja no contracheque do final de mês qualquer uma das outras vastas letras que compõem o alfabeto salarial da cidade, do estado e do país. Dito isso, às sugestões - que não são muitas, que turista classe C é dado a fidelidades e opções restritas, ambas garantidas pela certeza do bom serviço prestado. A CVC mesmo taí pra comprovar: pode não ser sinônimo de sofisticação, mas sempre dá pro gasto e corresponde à expectativa do bolso médio.
Começando pela sobremesa, que classe C digna do nome inicia tudo pelo supérfluo, justamente a parte do cardápio da vida que sempre lhe foi negado - ou, quando concedido, a muito custo conquistado. O melhor sorvete classe C de Natal está à sua espera na mais que classe c praia do Meio - ou dos artistas, tanto faz, dá no mesmo como diria a Ofélia classe C dos tempos do humorismo branco e preto. Suassuna é o nome do estabelecimento que, tão à beira do mar quando do filete de esgoto que ameaça escorrer na dita sarjeta, ainda assim oferece por preço classe Z suas delícias regionais ou nem tanto. E ainda tem lan rauze no reservado, essa instituição - tanto a lan quanto o reservado improvisado como obra da Copa - igualmente tradutora dos tempos de Brasil classe C.
Pra ficar, qualquer hotel tipo Caldas Novas que aceita a rapaziada animada que a CVC distribui democraticamente pelos litorais nordestinos neste período de férias da criançada no meio do ano. Já experimentamos o impávido Olimpus, nas colinas asfaltadas de Ponta Negra. Agora estamos no Natal Praia, uma paliçada antipirataria escoradas nos barrancos urbanos da divisa entre a praia do meio e Areia Preta. Para almoçar, encontra-se um caprichado rango classe C tanto no aprazível Farofa d'Água de Ponta Negra quanto na ampla praça de alimentação do multiclassial Midway Mall, onde o nosso preferido é - sempre - o Sabor Brasil. Um lugar de onde costumo sair completamente empachado, quanto mais eu tente controlar a gula. Mas é só duas vezes ao ano, de maneira que me arrisco.
Á noite, pra cansar as crianças, nada como o Habbibs do Praia Shopping, onde se come muito, paga-se pouco e ainda se expõe a cara à melhor brisa do continente - se bem que ali na esquina da João Pessoa com a Deodoro ainda sopre um ventinho classe C muito do bom, espigões das ladeiras em torno à parte. E ainda não pudemos, como muito gostaríasmos, experimentar os tais forrós pés de serra que pululam entre Pirangi e Rocas pra tacar as nossas estrelas de classificação classe C nesta mui cultuada forma de divertimento para paulistas entediados ou nordestinos orgulhosos de sua condição - sentimento mais classe A de qualquer classe C.
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