A pobreza em toda volta, a luta obscura
de todas as mulheres goianas. No pilão, no tacho,
fundindo velas de sebo, no ferro de brasas de engomar.
Aceso sempre o forno de barro.
As quitandas de salvação, carreando pelos taboleiros
os abençoados vinténs, tão valedores, indispensáveis.
........
Recria sempre com valor
o pouco ou muito que te resta
Prossegue. Em resposta ao néscio
brotará sempre uma flor escassa
das pedras e da lama que procuram te alcançar.
Essa é a tua luta.
Tua vida é apagada. Acende o fogo nas geleiras que te cercam.
O tardio poema dos teus cabelos brancos.
Recebe como oferta as pedras e a lama da maldade humana.
Esta é a tua safra.
(Techos de "Vintém de cobre - meias confissões de Aninha", UFG Editora, 1985)
3 comentários:
Tião,
É sempre bom ter contato com poetas assim, que fazem uma poesia simples, daquela simplicidade que é difícil de ser conseguida. Mas Goiás deu ainda um grande escritor, que você deve conhecer: José J. Veiga, um autor que nunca me canso de ler. principalmente pela linguagem maravilhosa. Um abraço.
saudades de te ler, sebá...voltei hoje ao trabalho. beijins pra toda família.
ana sua mana
p.s.: (entro direto aqui, nos meus favoritos. e termino comentando por aqui mesmo. por isso continuo anônima...).
p.s.: acho que descobri um jeito de postar aqui mesmo, sem ser anônima. vou testar agora.
beijim.
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