segunda-feira, 26 de abril de 2010

Leia na Hamaca


Pra tropeçar na grande arte

Assistindo à cena, pensei na capacidade de suspensão que a arte - no caso, o desempenho de um ator, com o auxílio da luz de um iluminador e a condução de um diretor - proporciona. Por um momento que dura dez ou quinze minutos, o espectador se distancia dele mesmo, coloca-se aquém e além da realidade comezinha da vida, instala-se em algum lugar da mente e da alma de onde pode, extasiado, refletir sobre o que é, onde está e por que. Vendo Osmar Prado representar o morto e a morte, lembrei de uma antiga peça em monólogo feita por uma atriz portuguesa no tão amado TAM, o Teatro Alberto Maranhão, em Natal, em ano distante. Lá, no fundo da sala teatral envolvida toda em sombras, havia o vestígio de um barco que fazia da superfície do palco a linha d'água surreal de algum rio. E no corpo dessa canoa cenográfica, iluminada apenas por uma vela de afogado, estava a presença da atriz, bela e imensa em sua expressão a se projetar até a derradeira fila, com a força que a representação confere ao pobre ser humano. Titina estava com a gente e disse, anos depois, que aquela cena e aquela peça a fizeram se decidir por perseguir a profissão de ser atriz.


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Um comentário:

Francisco Sobreira disse...

Tião,
Lendo o seu texto, vejo reafirmar-se como é fundamental a presença de um grande ator. Claro que o diretor e o fotógrafo têm méritos, mas se o ator, não for bom, perde-se muito a eficácia de uma cena, ou até de um filme. Um amgo, cinéfilo dos maiores, não dá importância ao desempenho dos atores, o que me surpreende e muito. A interpretação é um dos elementos importantes na realização de um filme. Um abraço.